sexta-feira, 6 de maio de 2011

O FIM DO 25 DE ABRIL

      Foi preciso tres chefes de divisão virem a Portugal para animar a malta (como dizia o Zeca Afonso) e arrumar com as tristes consequencias do golpe militar que derrubou o salazarismo e foi por sua vez comido pelo comunismo. Napoleão ainda nos mandou tres generais, mas para a União europeia tres chefes de divisão bastaram. Para quem é, bacalhau basta, diz o povo.
Como se a vergonha de não termos conseguido acertar as nossas contas 35 anos passados não bastasse, ainda foi preciso pedir ajuda aos jacobinos europeus para escreverem preto no branco que ou acabamos com a bandalheira criada há 35 anos, ou não há mais nada para ninguem. Que vergonha!  Se vamos precisar de pelo menos 3 anos para nos endireitarmos, irão ser precisos mais 35 para recuperarmos o nosso prestigio de velha Nação de descobridores do Mundo, façanha gloriosa enaltecida pelo grande Camões, perdidos nesta farsa a que se vem chamando democracia mas que não passa, aos olhos dos estrangeiros que nos sustentam, de anarquia institucionalizada.
          Só falta que o novo governo a sair das próximas eleições não consiga executar tão exigente plano de trabalhos. Entre um aldrabão encartado e um garoto ingénuo, que venha o diabo e escolha. Agora que os dados para o novo jogo já estão lançados, não vai ser nada fácil convencer esta malta de que para ter dinheiro é preciso trabalhar e que mesmo trabalhando não se pode ter tudo. Os do costume (comunistas e afins) já começaram a reagir (não fosse a malta pensar que eles não tinham ainda percebido a dimensão do que lá vem) e há que esperar por mais à medida que as eleições se aproximam. Depois delas será o vai ou racha definitivo.
          Mais do que legislar competente e seriamente para pôr em prática as medidas salvadoras, o novo governo deverá preparar-se para conseguir conter as sucessivas e cada vez mais provocatórias reacções que os perdedores de direitos adquiridos espuriamente irão promover e que, se não contidas com determinação e eficácia, poderão comprometer de vez a nossa recuperação. Veja-se o que se passa com os gregos (tão próximos de nós) cuja recuperação está cada vez mais longe e cujos juros dos empréstimos não páram de subir. Porque será? 
 
                                                                     ALBINO ZEFERINO     6/5/2011

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