É neste contexto que surgem hoje as discussões à volta do sistema das reformas em Portugal. Cada vez há mais reformados e por mais tempo. Se durante a sua vida activa os reformados foram habituados a viver à custa do Estado, porquê agora quando realmente necessitam se lhes retira os beneficios a que se habituaram? A questão não é, a meu ver, se se lhes devolve aquilo que descontaram nos seus salários durante toda uma vida ou se se lhes dá apenas uma percentagem disso. Se o Estado é realmente social não pode excluir da sociedade aqueles que tendo trabalhado para ela toda a sua vida, dela mais necessitam agora. Dir-se-á que o Estado não tem meios para sustentar a crescente horda dos reformados. E os desempregados? E os jovens à procura do primeiro emprego? E os realmente pobres por infortunio? Onde está esse Estado social que lhes prometeu o céu e agora os manda para o inferno? Não será que o próprio Estado social está falido? Julgo que sim.
O Estado social, que não é mais do que o Estado socialista, terminou em Portugal após 35 anos de vida atribulada. Nascido duma revolução cujo objectivo essencial foi a entrega sem condições das colónias africanas aos soviéticos, o Estado social portugues foi produto da natural reacção a 50 anos de um regime fechado, controlador de mentes e de atitudes, que, com as suas virtudes e os seus defeitos, definiu uma época. Estamos agora no limiar de outra. Será seguramente uma época diferente desta e tambem da anterior. Uma época mais tolerante, menos crispada, mas tambem mais dura e menos solidária. Numa palavra, mais livre e mas mais responsável. O Estado liberal, em contraposição ao Estado social, privilegia o homem em detrimento da sociedade. O homem está no centro das preocupações do Estado que apenas cria as condições para que os seus cidadãos possam viver felizes e em paz, dando largas à sua inteligencia e iniciativa, sem atropelos nem agendas escondidas, assegurando a ordem e promovendo a paz e a estabilidade necessárias para um desenvolvimento sustentado do crescimento nacional baseado numa sã concorrencia e no melhor aproveitamento das suas capacidades intelectuais e humanas. Assim seja!
ALBINO ZEFERINO 30/4/2011
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