segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

LIBERDADE , LIVRE ARBÍTRIO E LIBERTINAGEM

Passados mais de 35 anos sobre a mudança do regime político em Portugal parece que os portugueses ainda não aprenderam a distinguir liberdade de livre-arbítrio e sobretudo de libertinagem. A liberdade é a garantia dada pelo Estado de alguem não poder ser preso por manifestar opiniões diversas das oficialmente defendidas. Nem mais nem menos. Como a maioria dos portugueses já nasceu com esta liberdade adquirida, julga que liberdade é fazer aquilo que lhe apetece, doa a quem doer. E se não o conseguem a bem, fazem-no a mal, convencidos de que estão exercendo um direito inalienável mesmo espezinhando os direitos dos demais. A isto se chama libertinagem que é própria dos libertinos ou seja daqueles que pautam a sua vida pela ausencia de respeito e consideração pelos outros ou pelas instituições que eles próprios escolheram através do exercício da liberdade. E quando é o próprio Estado a cometer libertinagem através da imposição discricionária e subreptícia de regras injustas aos seus concidadãos, então estamos na presença de um Estado anárquico. É isso o que alguns partidos políicos legalmente defendem, ao preconizar o esbulho legalizado dos bens dos mais ricos (a pretexto de os redistribuir pelos mais pobres sob a bandeira da justiça social) desprezando a fiscalidade como forma legítima de fazer justiça social.
     Ora uma sociedade de libertinos não é uma sociedade civilizada. Para que um país possa atingir graus mais elevados de civilização, os seus nacionais terão antes do mais que comportar-se da mesma forma que os cidadãos daqueles países cujo grau de civilização mais elevado se pretende atingir. É a situação que actualmente se vive nos países norte-africanos, nossos primos de sangue, onde o desespero se manifesta através de acções de libertinagem popular, tal como nas revoluções portuguesas que, graças aos brandos costumes deste país à beira-mar plantado, não têm degenerado em ferozes carnificinas.
     Aprendamos com os outros que já viveram como nós guerras, sacrificios e privações. Não nos deixemos levar por utopias (muito penetráveis nos espíritos mais simples) e fixemo-nos em conseguir atingir graus civilizacionais mais elevados através do trabalho árduo, de uma organização social e familiar correcta e do respeito pelos outros (não nos limitemos a exteriorizar os nossos sentimentos apenas pela benemerencia, como é hábito nos portugueses, privilegiemos antes o respeito pelo próximo, a consideração pelos direitos dos outros e a solidariedade social). Só assim lograremos que os outros povos tambem nos respeitem e nos considerem. Não é através dos Mourinhos e dos Ronaldos que lá chegaremos.
 
                       ALBINO ZEFERINO   14/2/11. 

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