Com a recusa em colaborar com o governo na procura de soluções para resolver a crise que ele próprio criou em Portugal em mandatos governativos anteriores, o PS mostrou que não está disposto a abdicar da sua estratégia politiqueira de regressar ao poder a todo o custo, mesmo que isso se traduza no afundamento definitivo do país que ele próprio começou a afundar.
Não querendo reconhecer que sem austeridade não será possivel ao país regressar à normalidade institucional, o PS continua a negar a evidência que resulta do reconhecimento de que, nas pessoas de bem, as dívidas são para ser pagas. Ao colocar-se numa posição de intransigencia no que toca à aceitação desta evidência, antes preferindo cavalgar oportunisticamente a onda do descontentamento presente nas pessoas mais fustigadas pela austeridade imposta pela desgraçada governação socialista anterior, o PS está destruindo a hipótese de convergencia democrática entre os partidos do chamado arco constitucional em redor do único projecto possivel de salvação nacional, atirando-se assim para os braços do BE e do PC, únicos parceiros com quem poderá constituir uma alternativa de governo. Só que essa alternativa, recusando liminarmente o rumo para a salvação nacional traçado pela troika, irá necessariamente empurrar Portugal para o grupo dos países estruturalmente insolventes que, a par da Grécia e de Chipre, constituirão a base inferior da pirâmide europeia que nascerá das cinzas da UE.
Não se pense que é recusando pagar as dividas que foram contraidas que elas desaparecem como por encanto. Pelo contrário, recusando pagá-las procurando o acordo dos credores, Portugal passará a integrar a lista negra dos devedores incobráveis colocando-se definitivamente na periferia do desenvolvimento sustentado da Europa do futuro. Será isto que o PS pretende?
ALBINO ZEFERINO 18/4/2013
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