segunda-feira, 1 de abril de 2013

O DIA DAS MENTIRAS


          Depois de uma maratona de mais de 12 horas de reuniões com os parceiros sociais e com os demais partidos com assento parlamentar, o governo portugues decidiu denunciar o acordo que tinha assinado com a troika, dando oficialmente por findo o período de intervenção externa a que o país estava sujeito, bem como às medidas de austeridade julgadas necessárias para o cumprimento do respectivo programa.
          Esta decisão caiu na praça publica com surpresa mas tambem com alívio. Finalmente Passos Coelho e a sua malta tinham compreendido que não era perseguindo os seus compatriotas com medidas ditas de austeridade que o país iria progredir. O progresso faz-se caminhando, como apregoam os eternos compagnons de route da esquerda alegre e não obrigando as pessoas a abdicarem abruptamente dos seus privilégios e beneficios sociais conseguidos com muitos sacrificios nos gloriosos anos da revolução de 1974. Se não tivesse sido o abanão dado ao PS e ao país com a magistral encenação montada por António Costa e os seus inteligentes seguidores (que numa primeira fase já tinham conseguido o regresso do filho pródigo à ribalta) não teria havido ambiente para forçar este governo de burocratas saudosistas a abdicar da sua política de destruição nacional.
         Ficamos a partir de agora livres e soltos para decidirmos por vontade própria o caminho que desejamos percorrer neste inicio de século promissor e prenunciador de mudanças históricas em direcção ao internacionalismo socialista da humanidade. Valham-nos os Hollandes e todos os grandes dirigentes socialistas europeus para nos conduzirem para um destino de liberdades colectivas e de bem-estar cívico comum.
        Mas sem empréstimos bonificados nem orientação financeira como poderemos sobreviver, perguntarão os cidadãos menos obnubilados com tamanha mudança de caminho? Trabalhando com a alegria que o gozo da liberdade colectiva nos proporciona, responderão aqueles que sempre olharam com desprezo a intervenção estrangeira em Portugal. Será isso suficiente, ripostarão os primeiros? Shiu, calem-se seus apóstolos da desgraça. Não sabem que se descobriu petróleo no Beato?

                                         ALBINO ZEFERINO                       1/4/2013

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