PORTUGAL E OS PORTUGUESES NÃO SÃO CONHECIDOS POR SEREM GRANDES ESTRATEGAS NEM POR DAREM DEMASIADA IMPORTANCIA À ESTRATÉGIA NA DEFINIÇÃO DAS SUAS PRIORIDADES. TENTANDO FAZER UM RÁPIDO E SUPERFICIAL SOBREVOO À HISTÓRIA DESTE PAÍS À BEIRA MAR PLANTADO VERIFICAMOS QUE DESDE A NOSSA INDEPENDENCIA (ELA MESMA PRODUTO DE QUERELAS FAMILIARES ONDE NÃO ENTROU QUALQUER NOÇÃO DE ESTRATÉGIA NACIONAL) NEM SEQUER NOS MOMENTOS DE GRANDEZA E PODER DE QUE PORTUGAL GOZOU, A ESTRATÉGIA TEVE PAPEL DECISIVO.
A RECONQUISTA, QUE CONSTITUIU SEM DUVIDA UM DESIGNIO NACIONAL E QUE FIXOU AS FRONTEIRAS DO NOSSO PAÍS DA FORMA COMO AINDA SÃO HOJE, NÃO RESULTOU DE QUALQUER REFLEXÃO ESTRATÉGICA DO GRANDE AFONSO E DOS SEUS DESCENDENTES, MAS SIM DE UM PROJECTO (ESSE SIM ESTRATÉGICO) DELINEADO PELA IGREJA ROMANA E PROTAGONIZADO PELAS CRUZADAS MEDIEVAIS E APROVEITADO PELOS REIS AFONSINOS PARA A EXTENSÃO TERRITORIAL DO DIMINUTO E INVIÁVEL CONDADO PORTUCALENSE.
DEPOIS DE UM PERÍODO DEPRESSIVO DO QUAL SAIMOS COM A DECISIVA INTERVENÇÃO INGLESA, INICIOU-SE O CICLO GLORIOSO DOS DESCOBRIMENTOS (AINDA HOJE PROFUSA E RIDICULAMENTE PROPALADO) QUE NÃO FOI MAIS DO QUE A FUGA PARA OS CALMOS MARES DO SUL DA PERMANENTE PRESSÃO CASTELHANA QUE, ESSA SIM, É RESULTADO DE UMA ESTRTÉGIA ESPANHOLA PERMANENTE. NÃO PRETENDO MINIMIZAR A CORAGEM E A DETERMINAÇÃO DEMONSTRADAS PELOS NOSSOS MAIORES NOS SEUS BEM SUCEDIDOS ESFORÇOS MARITIMOS, APENAS DIZER QUE POR DEBAIXO DESTAS GESTAS NÃO EXISTIU QUALQUER ESTRATÉGIA NACIONAL CONCEBIDA E DELINEADA A PARTIR DE SAGRES, MAS APENAS A GANÂNCIA HENRIQUINA DE CONQUISTA DE PRESTIGIO NA ÁFRICA DO NORTE Á CUSTA DOS MOUROS. TUDO O QUE SE SEGUIU (ÍNDIA E BRASIL E ATÉ MESMO A VIAGEM DO MAGALHÃES) NÃO FOI MAIS DO QUE A INÉRCIA VITORIOSA DOS SUCESSIVOS PROGRESSOS AO LONGO DA COSTA AFRICANA.
DEPOIS DISTO A HISTÓRIA DE PORTUGAL NÃO FOI MAIS DO QUE UMA SUCESSÃO DE DESAIRES E DE FUGAS PARA A FRENTE. DESDE O PERIODO FILIPINO (1640 FOI O APROVEITAMENTO CASUAL DA REVOLTA CATALÃ) PASSANDO PELA REAL FUGA PARA O BRASIL E O SEU SUBSEQUENTE ABANDONO, PELA GUERRA CIVIL E PELO ATRIBULADO PERIODO CONSTITUCIONAL, ATÉ AOS ADIANTAMENTOS Á CASA REAL, AO ULTIMATO INGLES, AO REGICÍDIO E Á PARTICIPAÇÃO NA 1ª GRANDE GUERRA, TUDO FORAM PERÍODOS DEPRIMENTES CARACTERIZADOS POR ACÇÕES DEFENSIVAS SEM QUAISQUER PLANEAMENTO OU OBJECTIVO QUE NÃO FOSSE PRESERVAR AS VANTAGENS INSTALADAS E OS BENEFICIOS CONSEGUIDOS SEM ESFORÇO.
O INTERREGNO SALAZARISTA QUE PECOU POR DEMASIADO LONGO TAMBEM NÃO TEVE NENHUMA ESTRATÉGIA DE FUNDO (EXCLUINDO O PERÍODO INICIAL DO SANEAMENTO DAS CONTAS PÚBLICAS E O PERÍODO FINAL DAS GUERRAS DE ÁFRICA QUE FORAM BASEADOS EM MERAS ESTRATÉGIAS DEFENSIVAS) BEM COMO O ACTUAL PERÍODO DEMOCRÁTICO (QUE SE BASEOU NA ESTRATÉGIA DOS TRES D - DEMOCRACIA, DESCOLONIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO) MAS QUE NÃO CONSEGUIU 35 ANOS DECORRIDOS DEFINIR UMA ESTRATÉGIA PERMANENTE PARA O PAÍS. A DEMOCRACIA ESTÁ INSTALADA MAS NÃO FRUTO DE QUALQUER ESTRATÉGIA ( A PROVA É QUE ESTAGNOU E NÃO CONSEGUE EVOLUIR POR AUTO-LIMITAÇÃO CONSTITUCIONAL) A DESCOLONIZAÇÃO FOI FEITA DE QUALQUER MANEIRA (BASTA CONSTATAR O ESTADO DE DESENVOLVIMENTO DAS NOSSAS ANTIGAS COLÓNIAS POR CAUSA DAS CONDIÇÕES EM QUE AS DEIXÁMOS) E QUANTO A DESENVOLVIMENTO BASTA COMPARARMOS A EVOLUÇÃO DE PORTUGAL NOS ULTIMOS 35 ANOS COM A DA ALEMANHA NOS PRIMEIROS 35 ANOS DO PÓS-GUERRA (RECORDEMOS APENAS AS ESTRATÉGIAS DESENVOLVIMENTISTAS DE ADENAUER, DE ERHART, DE SCHMITD E DE KOHL).
EXCLUINDO A ESTRATÉGIA COMUNITÁRIA E OS SEUS DESENVOLVIMENTOS (NOMEADEMENTE A ENTRADA NO EURO) PORTUGAL NÃO TEM TIDO UMA ESTRATÉGIA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO. APENAS PLANOS DESGARRADOS, ALGUNS ATÉ BEM INTENCIONADOS MAS QUE POR AUSENCIA DE ESTRATÉGIA NUNCA CONSEGUIRAM VINGAR. CONCENTREMO-NOS NA PROCURA DE UM OBJECTIVO ESTÁVEL, ATINGIVEL E SUSTENTADO, NO QUAL ASSENTEMOS A NOSSA VONTADE DE MELHORARMOS O NOSSO PAÍS E COM ELE AS NOSSAS VIDAS. LEMBRO-ME DO MAR, TÃO PROPALADO AGORA. SERÁ QUE PODERIA CONSTITUIR BASE PARA UMA ESTRATÉGIA DESENVOLIMENTISTA PARA PORTUGAL?
Albino Zeferino 27 / 12 / 2010
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