segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

PORQUE GANHOU CAVACO AS ELEIÇÕES

Ao contrário do que possa ter parecido, as pessoas estão já fartas do Cavaco. O seu auto-convencimento, a arrogancia que transparece dos seus discursos, a vulgaridade da sua argumentação, a sua excessiva identificação com a função, a sua timidez natural disfarçada em austeridade funcional, a sua total ausencia de humor e falta de cultura, a falsa idoneidade que alardeia e finalmente a sua irritante mulher e os aldrabões dos seus amigos, faziam prever uma vergonhosa derrota (teria sido a primeira do género desde que Craveiro foi despedido por manifesta falta de jeito para a função) nesta reconfirmação presidencial. Contudo, o desanimo na politica que esta crise provocou nos pobres dos portugueses protegeu Cavaco do desastre, travando os naturais impulsos populares para novas experiencias presidenciais. Estivesse Soares com menos 10 anos de idade no lugar de Alegre e não haveria crise que salvasse Cavaco.      O que podemos então esperar desta reeleição que não seja mais do mesmo? Passada a euforia própria da fase eleitoral, voltamos a mergulhar na realidade da divida publica excessiva e do plano governativo para a combater. Cavaco, vingativo e venenoso como bom portugues que se preza, espera escondido o bom momento para saltar sobre o seu inimigo fidagal Sócrates. E quando será esse momento? Cavaco já insidiosamente o anunciou. Se Sócrates conseguir fugir à intervenção do FMI ( já convenientemente diabolizada no espirito dos portugas) - o que não parece natural face às inevitáveis derrapagens na despesa publica, consequencia mais do sistema do que da incompetencia governativa -  então Cavaco não terá outro remédio do que engolir em seco e esperar nova oportunidade para se vingar de Sócrates. Caso contrário, Sócrates não consegue ver-se livre da intervenção do FMI em Portugal, e Cavaco irá anunciar aos portugueses (como medida não desejável mas hélas inevitável) a dissolução da Assembleia e novas eleições legislativas que tragam a Portugal um novo governo em condições de, com a ajuda do FMI, fazer sair Portugal do atoleiro em que Sócrates nos meteu. O PSD de Passos já declarou a sua disponibilidade para governar com o FMI (só não disse ainda em que condições) e até já anunciou a coligação com o CDS, independentemente dos resultados eleitorais. Será isto, mais ou menos, o que estas eleições nos trouxeram.

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