Enquanto aceitarmos no seio da democracia portuguesa a presença legal de partidos politicos e dos seus anexos que usam e abusam da metodologia democrática para abater a própria democracia, teremos que estar muito atentos a estas manobras não vá o feitiço virar-se contra o feiticeiro e depois já ser tarde demais para emendarmos a mão. Churchil dizia há 70 anos: "Pode-se enganar muitos por algum tempo mas nunca todos por todo o tempo".
sábado, 22 de janeiro de 2011
REACÇÕES AO PEC
Seria um sinal de amorfismo social se não se registassem reacções às medidas de austeridade impostas pelo orçamento do Estado para este ano. Há contudo que saber ler nas entrelinhas e descobrir quem está por detrás delas e quais as verdadeiras razões dessas reacções. Aproveitando-se do natural descontentamento das pessoas que de repente se veem privadas de uma parte dos seus ordenados, obrigando-as a fazerem uma ginástica orçamental por vezes muito complicada, algumas forças politicas procuram canalizar esse natural descontentamento para promoverem acções contra os promotores dessas medidas e os seus apoiantes. Veja-se por exemplo quais são as classes profissionais mais activas nas reivindicações e qual a central sindical que as apoia (professores e Mário Moreira; juizes e respectiva associação profissional; sector dos transportes e respectivos sindicatos; aumentos salariais contra a corrente na EPAL e noutras empresas publicas, PCP e Carvalho da Silva, etc.etc.). E não é por acaso que as reivindicações sociais são animadas maioritariamente por estes sectores. A motivação subjacente a estas reacções não visa a reposição do nivel dos salários diminuidos (facto consumado e democraticamente apoiado), mas sim evitar que as famigeradas "conquistas revolucionárias" (vg. 35 horas de trabalho semanal, regalias e subsidios resultantes de contratos de trabalho espuriamente negociados, direitos adquiridos revolucionariamente, formas preversas de cálculo e atribuição de pensões de reforma,etc.etc.) sejam abolidas em consequencia do inevitável recurso à ajuda do FMI por manifesta incapacidade governativa de reformar decisivamente o Estado e assim reduzir a despesa publica para níveis internacionalmente aceites.
ALBINO ZEFERINO 22/1/2011
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